O FETICHE DA FALA
Sempre que o SindUTE chama por Paralisação ou Greve somos
convidados e estimulados à falar para os Professores e demais trabalhadores sobre
os motivos da Paralisação.
Estes são momentos que tornam a existência um pouco mais
miserável do que normalmente ela é. Porque a fala não convence, não altera o resultado... As pessoas que
compreendem e concordam com a Legítima e Necessária Luta do Sindicato vão parar
de todo modo, tendo alguém para falar ou não, porque pesquisam, leem , se
informam... As pessoas que não concordam com a luta do Sindicato não serão convencidas
do contrário e se serão poderia ser por outros meios...
Para alunos jovens temos que falar inclusive o que eles não
querem ouvir. Somos pagos para ensinar e por vezes o ensino científico e filosófico
não converge com a concepção de mundo dos ouvintes. Já para adultos e ainda por
cima professores, tem que se falar apenas quando se deseja ouvir, quando a sua
fala acrescenta algo de relevante na compreensão de mundo do outro, caso
contrário falar é um desgaste desnecessário.
A palavra é sagrada, deve ser dada à quem deseja, à quem
merece, à quem precisa, à quem solicita...Isto é consciência, respeito e sobretudo amor-próprio.
O FETICHE DA VOTAÇÃO
Quando se vota por entrar ou não em Paralisação ou Greve, se
brinca de votar e se banaliza um método democrático de tomada de decisão,
porque o Direito de Greve é individual. Se vota apenas de fachada.
Votar seria como foi feito na tomada de decisão recente sobre se
teríamos ou não aula no próximo sábado. A maioria votou SIM, a minoria votou NÃO
e prevaleceu a vontade da maioria, houve aula e quem não foi, considerou-se
falta.
Já greve, os “Sins” e os “Nãos” são individuais, simbólicos.
Uma lista no Whats dos que vão parar cumprem a mesma função.
AFERIR, INFORMAR E RESPEITAR – PAPEL DA DIREÇÃO ELEITA
A Direção da Escola é quem é responsável por aferir com a TOTALIDADE
dos trabalhadores da Escola, quais são os profissionais que vão aderir e quais
não. Assim como cabe à mesma direção informar com antecedência para os alunos
que aulas terão ou não no outro dia.
AO INVÉS DE ENTRAR DE GREVE, NÓS PODEMOS....
Sempre que se fala em Greve ou Paralisação é comum alguém sugerir que ao invés da Greve, nós podemos, para atingir os mesmos
objetivos fazer X, Y, Z....ações.
Para entrarmos de GREVE, a Greve deve ser proposta em
Assembleia e aprovada pela maioria simples dos Presentes. A Assembleia dos
Trabalhadores da Educação Pública Estadual Mineira é o Espaço legítimo e a
Instância Soberana de tomada de decisão sobre a Greve. Se lá decide pelo Não,
não há respaldo para o Sim em cada Escola e se lá decide pelo Sim, há respaldo
para o indivíduo em cada lugar de trabalho.
Já as soluções X, Y e Z ...para solucionar nossos problemas
podem ser decididas na Escola e CONCRETIZADAS o quanto antes. Estarei junto,
apoiando e participando, de toda ação local, concreta e efetiva, que vise
alterar a condição salarial miserável de boa parte dos trabalhadores da
Educação Pública Estadual Mineira. Mas o que se percebe é que essas ações nunca
ou raramente são realizadas e que na prática funcionam apenas como
desencorajamento da iniciativa de Paralisação.
DA CRÍTICA SÓ ESCAPA OS QUE NÃO NASCERAM
Para a esmagadora maioria dos nossos problemas existem
soluções e na teoria quase todos estão solucionados, na prática estamos à anos-luz
da situação possível e merecida de se trabalhar.
Se você propor entrar de greve e entrar não é impossível ouvirmos
ou lermos, inclusive de alunos na redes sociais, que você não gosta de trabalhar, que não tem compromisso com a
educação, que...
Se propormos montar uma equipe voluntária, não remunerada,
para ensinar alguns conteúdos, num vácuo assumido apenas pela iniciativa
privada, estamos desvalorizando o Educador, a Educação e incentivando ao
aumento da exploração e resignação....
Enfim, à única saída válida para todo esse complexo, contraditório
e perverso $istema parece ser seguir o fluxo....deixe acontecer, desista da
Educação Pública...SQN.
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